Do fato de termos um sistema ortográfico mistico (etimológico e fonético), é
que resultam as tantas dúvidas na hora de escrever determinadas palavras.
Escrevemos "homem" com h,ainda que essa letra não represente som algum.
Nesse caso, o que se diz não se escreve, porque não há um critério fonológico
ligado à representação escrita "homem". É preciso valer-se da análise
etimológica para entender a presença da letra h nessa palavra: "homem"
vem do latim homine.
O recurso da memorização e da consulta sistemática a dicionários é o melhor
aliado no uso de termos dessa natureza.Não basta,portanto,saber regras
ortográficas gerais. É necessário ir ao dicionário sempre que você tiver dúvida,
para descobrir por exemplo,que "holerite" se escreve com h.
Há casos em que um mesmo fonema (som) tem diferentes formas de grafia.
O grupo rr de "carro" e o r de "Henrique",po exemplo,representam o mesmo
som.Não precisamos investigar a história dessas palavras para saber por que
isso acontece.Estamos diante de um fato regular no sitema gráfico de língua.
Quando usada no início de uma palavra( como em "rival","roda"),ou no
começo de sílabas precedidas por uma consoante ( como em "genro"), a
letra r produz o mesmo som do grupo rr empregado entre vogais (como em
"carro","berro","burro,"morro").Assim,não há razão para hesitar na pronúncia
da palavra "irascível"por exemplo.Nada de ler esse r como se fosse dois, o
grupo rr de "jarra". O r de "irascível" é lido como de "barato","caro","ira".